Fui pela tua ilha passear
Entre arbustos flores e mondas
E acabei por me sentar
Num pedrinha à beira-mar
Apreciando as suas ondas
As ondas deslizavam pela baía
Cantando hinos de liberdade
E em cada onda luzidia
O meu olhar nela via
O espelho da minha saudade
A saudade que me tem acompanhado
Muito custa a suportar
Tanto que eu tenho lutado
Mas como resultado
Nunca a consigo matar
A saudade é fumo que passa
De algo que por nós passou
É bafo numa vidraça
É folha seca que esvoaça
De uma árvore que se secou
A saudade de mansinho
Juntou-se à minha solidão
Abraçou-me com carinho
E acabou por fazer seu ninho
Dentro em meu coração
Saudade é uma alma a delirar
É uma dor que de nós se apoderou
É um saudoso lamentar
É um coração a chorar
Por algo que o tempo levou
Desde que te conheci
De tudo faço para ser teu
No tempo me perdi
Vivo tanto para ti
Que já nem sei se sou eu
Parece contradição
Ou seja lá o que for
Não gosto de escravidão
Mas tenho um coração
Que é escravo do amor
Quando o lar do coração
Não aquece a felicidade
Morre o fogo da ilusão
Ficando a solidão
E a cinza da saudade
Esta minha vida parece
Andar à procura de alguém
Tanto acorda como adormece
Num dia a esperança cresce
E no outro a saudade vem
Nas horas solitárias da vida
Como é bom o doce meditar
E de mente desinibida
Olhar a estrada da vida
Que se estende sobre o mar
Esse mar que beija os Açores
Com suas ondas em maresias
Ondas embrulhadas em flores
Que nos vem falar de amores
De saudades e alegrias...
A ti, que vieste ao meu espaço
Te entrego a minha lealdade
A ternura do meu abraço
E a minha sincera amizade
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