sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

UM RAIO DE LUAR!...


Um raio de luar,
Entrando, de improviso,
No meu quarto sombrio,
Onde medito, a sós,
Deixa, a tremer no ar,
Um pálido sorriso,
Um mermúrio de luz
Que lembra a tua voz...
O Outono, que derrama
Ideal melancolia
Sobre meu peito que aclama
A doçura da tua magia...
Nas almas sem amor,
Nos troncos sem folhagem
Rasga-se em mim a dor
De abraçar esta miragem,
Este raio de luar
Que me vem iluminar
Com a luz da tua imagem...
Entoando uma saudosa melodia,
Uma dolorida canção,
Que me deixa por companhia
O calor do teu coração...
Esse raio de luar
Sabedor do meu queixume
Que me faz caminhar
Na estrada do ciúme
Ciúmes, que me fazem delirar
Por esse amor que me destes
Tenho ciúme do sol, do vento, do mar
Da chuva, dos teus lábios, do teu olhar
Até da roupa que tu vestes...
Resta-me a sombra que é espelho
Onde a minha dama de vermelho
Me embriaga com seu perfume...
Com a noite que escurece
Os vales e os montes
Minha mente enlouquece
Procurando-te nos horizontes...
Beijo o rochedo e a flor
A noite e a claridade
E no meu quarto, em fervor
Procuro-te meu amor
Nas asas da ansiedade...
Os beijos que te dou
Hás-de senti-los, sim,
Porque ao teu encontro vou
Enquanto houver forças em mim...
Oh! meu doce raio de luar
Que em meu quarto estás entrando
Porque não me ajudas achar
O amor que ando procurando...
Olho a janela.... Vejo um rouxinol.
Que baixinho me vem dizer,
Prepara-te. Prepara-te que o sol
Já se prepara para nascer...
Nesse momento, começo a chorar
Suplicando ao meu raio de luar
Que seja o amparo do meu carinho
Mas ele se esconde no firmamento
E a partir daquele momento
Me encontro de novo sozinho...
O rouxinol. Ao ver minha desilusão
Minha dor, e tristeza sem fim
Veio pousar na minha mão,
Me olhou, e disse assim:,,,
Não chores, que o teu raio de luar
Não demora muito, ele vai voltar
Libertando a noite da escuridão
E com ele, o amor vai vir
Nunca te esqueças é de abrir
A janela do teu coração.

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